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sábado, 10 de janeiro de 2009

“Bella’s Lullaby" - The History


Estava lendo o Foforks(.com.br)e li uma matéria bem interessante sobre a composição de “Bella’s Lullaby” . Para quem não sabe,o compositor dessa linda canção chama-se Carter Burwell.



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Notas de Carter

"A “Bella’s Lullaby”, como aparece no filme, não foi escrita para ser uma canção de ninar, mas para falar de amor - amor estático, atormentado. Aqui está a história.

Anos atrás eu estava apaixonado por uma mulher incrível e desafiadora, chamada Christine Sciulli. Ela me deixou, eu fiquei de coração partido, e escrevi um pedaço de uma música que tentava expressar e temor e a dor de ter meu coração magoado. Ela não conversava comigo, então eu enviei para ela a música para falar por mim.

Anos depois (em abril de 2008, para ser exato), eu vim para Oregon para conhecer a Catherine Hardkwicke e ver um pouco do filme que ela estava filmando, Crepúsculo. Ela mencionou que a produtora, a Summit Entertainement, tinha acabado de pedir uma cena nova para ser colocada no filme. A cena existia no livro mas não era parte original do roteiro (filmes não são cópias exatas dos livros). Nessa cena Edward tocava piano para Bella. Eu não estava oficialmente trabalhando no filme, e eles não sabiam se o Robert Pattinson ia tocar na cena. Essa não é uma situação incomum - muitos filmes tem um ator sentado no teclado, se mexendo para frente e para trás, fingindo tocar a música que só era escrita depois que o filme estivesse terminado e editado. Esse caso era incomum porque o Rob era um bom músico, e inteiramente capaz de tocar o piano e provavelmente qualquer outro instrumento.


Minha preocupação, como compositor, era fazer o filme convincente, dramático, emocional e cinemático. Mas nesse caso, outras preocupações importantes rapidamente começaram a aparecer, todas vindas dos fãs do livro. A cena do piano foi acrescentada porque a Summit percebeu que os fãs queriam escutar o Edward tocar a melodia apelidada de “Bella’s Lullaby”, e cada um desses fãs tinha sua própria idéia da música. Como eu ainda não tinha começado a escrevê-la, começou a surgir um vácuo entre as outras músicas no filme. Rob improvisou uma versão para a gravação. O Matthew Bellamy, do Muse, mandou sua idéia da música. E leitores e músicos sem contar também enviaram suas próprias idéias ou as postaram na internet. Nada disso deixou meu trabalho mais fácil.

Quando eu finalmente comecei escrever a música para Crepúsculo, no começo de julho, eu me mudei - e levei minha família e meu estúdio de Nova York para Los Angeles - para ficar mais perto da Catherine e do time de edição, Nancy Richardson, a editora do filme e Adam Smalley, o editor musical. Eu comecei a partitura com Bella e Edward, especificamente a cena em que ele a carrega para o topo das árvores. Eu quis capturar excitação mas também o desafio desse amor e ultrapassa as barreiras de tempo e de espécies. O filme tinha sido editado para que a cena do piano fosse logo depois da sequência das árvores, a motagem toda tinha muito pouco diálogo, então era um belo cenário para ilustrar o tema do amor da Bella e do Edward.

Depois de tentar muitas abordagens diferentes com sucesso, eu coloquei a parte da música que eu tinha escrito anos atrás para o meu amor estático e atormentado junto com o que já tinha feito, e me pareceu perfeito. Eu tinha conseguido um tema, que era bastante ambíguo, como duas pessoas tentando encontrar um lugar em comum, que aumentava e depois dimunuía e um outro tema, que era alegre do jeito certo (ou o quão alegre minha música fica).

Eu a mostrei para Catherine Hardwicke e ela achou “brilhante, sensacional”. Então essa música sem nome se tornou a “Bella’s Lullaby”. Vale a pena ressaltar, porém, que nem a Catherine, nem eu, a nomeamamos assim. Sempre nos referimos a ela como “Tema do Amor”, e acho que faz mais sentido se você pensar desse jeito. É mais complexa e emocional do que qualquer outra canção de ninar que eu já ouvi.

Eu comecei a usar esse tema para o relacionamento da Bella e do Edward conforme se desenvolve no filme - começando da aula de biologia quando ele fala com ela pela primeira vez. Quanto mais nós escutávamos o “Tema de Amor”, mais a Catherine queria refilmar a cena do piano para que os dedos do Rob combinassem com a música. A Summir Entertainement, que estava pagando pelo filme, teria que aprovar o custo primeiro.

Normalmente eu começo a escrever no piano e depois passo para o computador para poder fazer uma demo ou um esboço que faça com que seja parecido que os próprios instrumentos estejam tocando - nesse caso piano, cordas, sopros, guitarras e percussão. Eu sempre toco esses esboços para o diretor para que ele ou ela possa imaginar o som final enquanto eu escrevo. Como a Catherine precisava da aprovação da Summit para refazer a cena, nós demos um jeito de tocar o esboço tanto para os executivos do estúdio como para os produtores do filme.

O executivos pensaram que já que eu tinha feito mais de 60 músicas para filmes (não sei exatamente quantas), eu já tinha passado pelo processo antes. Mas na verdade, eu nunca tive que sentar numa sala e tocar o meu trabalho para os executivos. Tipicamente eu trabalho com o diretor e se alguma outra pessoa estará envolvida, eu falo para conversarem com o diretor, então o diretor fala comigo. Assim o filme reflete só um ponto de vista - o do diretor - mesmo sabendo que leva um exército inteiro para fazer um filme.

Para a nossa surpresa, um dos executivos não gostou do “Tema de Amor”. Ele reclamou em particular com a primeira nota da melodia. Eu mudei, mas ele não conseguia tirar a primeira nota da cabeça. Música é uma coisa muito subjetiva: para eu e Catherine, a música era linda e romântica. Para ele era chata.

Para um compositor, não é novidade pedirem para reescrever as coisas. Mas essa música era uma das melhores que eu ja tinha feito, perfeita para o filme e para a cena, então não levei as reclamações da Summit muito à sério. O problema nesse caso é que a Catherine queria regravar a cena do piano em uma semana, e precisava da aprovação da Summit para o Rob tocar.

Eu tinha chegado ao fim da minha estadia em Los Angeles e estava fazendo as malas para viajar com a minha familia (que eu não via desde que tinha começado a escrever as músicas) para Maine. Um dia antes de ir embora, comecei a receber telefonemas desesperados da Catherine e do produtor Wyck Godfrey. Eles me disseram que a Summit não ia aprovar a cena com o “Tema de Amor” que nós tínhamos. Então o responsável pela produção da Summit ligou e confirmou que a decisão era dele - o cara daquela primeira nota que não era aceitável - e ele não iria aprová-la. Ele disse que as adolescentes da audiência iriam querer algo mais doce, mais simples.

Em defesa dele, eu acho que parte do problema era que a Catherine e eu víamos como o “Tema de Amor” da Bella e do Edward, enquanto ele via como “Bella’s Lullaby”. E de fato, durante os 30 segundos em que o Edward toca é a canção se ninar. Mas o tema também tinha que mostrar que dirige a história, e achei que tinha uma papel muito mais importante.

Tinham outros problemas para mim também. A insinuação de que as adolescentes iriam querer uma música mais simples era transigente, e isso era algo que eu queria evitar. E também não não acho que dá pra saber como a música vai afetar as pessoas, mesmo outros compositores achando que sabem. Imprevisibilidade é que torna interessante (embora eu entenda que não é isso que os investidores querem ouvir). E dá pra imaginar como seria - como era quase sempre nesse projeto - tentar compor uma música para satisfazer um diretor que está tentando satisfazer um executivo homem que está tentando satisfazer dez milhões de adolescentes?

Meus equipamentos estavam empacotados, eu estava entrando no avião para Maine e de repente eles precisaram de um novo tema em questão de dias. Todo mundo (fora eu e a minha família) pensou que eu deveria ficar em Los Angeles. Eu disse para o pessoal do Crepúsculo que eu entenderia se eles contratassem outro compositor e entrei no avião.

Uma vez que eu pousei em Maine eu estava um pouco menos chateado e tentei fazer algumas variações do “Tema de Amor”, escrevendo à noite para que não pudesse atrapallhar os dias da minha família. Acabou que tirando aquela primeira nota também tirei o interesse da música. Eventualmente, eu estava com 5 ou 6 variações, indo de monótona à aceitável, e as enviei para a Catherine. Eu não sei quantas delas ela tocou para a Summit. Uma foi aprovada, e eu a coloquei no papel para o Rob tocar (o que ele fez muito bem). Chaterine e eu tentamos inventar um título para a música que serviria mais o seu propósito, mas a Summit insistiu para que fosse chamada de “Bella’s Lullaby”, e estou feliz de pensar nela desse jeito. A melodia do piano é a que eu escrevi há muito tempo (eu a deixei no filme mesmo com as objeções da Summit), e a melodia que o Rob toca perto do fim é a variação que a Summit aceitou. Você escutará as duas combinadas através do filme. Eu me conformei que a música original predomina, porque, para mim, é a mais memorável. De qual você lembra?

Devo mencionar que Christine, a mulher para quem eu escrevi a primeira melodia anos atrás, é agora minha incrível e desafiadora esposa. Em meu coração, a música sempre será nossa, mas agora é sua (e da Bella e do Edward) também."

Legal,né?
Devo confessar que sou uma fã chata. Prefiro não saber desse tipo de coisa, prefiro manter a fantasia e a magia do livro em mente. Esquecer todo o resto,manter separado,entendem? Assim eu não bato de frente com a realidade da coisa,a magia não some...
Coisa de louco,eu sei. Fazer o que...

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